segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Acertar é humano



Nesse site encontrei essa entrevista com a Leila Navarro e resolvi colocar aquil no meu blog.

"Errar não é humano, acertar é humano"



Nas suas palestras a senhora fala muito de atitude. Mas o que define uma atitude certa ou errada?


Acho que é o resultado da atitude. Ninguém erra e toma uma atitude para errar, você sempre quer acertar. Mas às vezes tem resultados negativos. Digo que para mim que errar não é humano, acertar é humano. Se as pessoas não acertam elas aprendem. Não computo erros na minha vida. Não digo errei 20 vezes, errei 30 vezes. Prefiro ter aprendido 20 vezes, ter aprendido 30 vezes. Acho que tem certas palavras que levam você para baixo, outras levam para cima. Atitude tem que fazer, tem que arriscar, tem que tentar. A gente só vai saber se ela foi boa ou foi ruim depois do resultado.


A senhora tem um discurso de incentivar a auto-estima. Mas isso não seria uma faca de dois gumes por levar também a “inflar” o ego das pessoas?


(risos). Eu acho engraçado porque (a jornalista) me provoca muito. Acho que o ego inflado é o ego no vazio. Minha proposta não é que as pessoas se encham no vazio, mas se encham delas mesmas. Elas devem sair insufladas com conteúdo, com consistência, deve sair com relevância, com sentido de vida, sabendo o que querem da vida. Ter entusiasmo por que, ter motivação por que. A motivação vale quando é focada em alguma coisas. As pessoas muito insufladas sem consistência, sem ciclo de vida, só fazem bobagens, besteira, é a forma pela forma.


O que entrava a motivação das pessoas?


É o seguinte, as pessoas ficam buscando a motivação fora delas. A motivação está dentro delas. A gente estuda a palavra motivação, mas a palavra motivação não existe. O que existe é a auto-motivação. Motivação é algo que a pessoa tem. Se alguém me chama para dar uma palestra para motivar uma turminha eu digo que não tem jeito. A motivação tem que vir de dentro da pessoa, ela só vai se motivar se ela quiser. O que acho é que a auto-motivação é minha, quando entro em uma empresa vou motivada. Acontece é que as pessoas se desmotivam, quando você não é respeitado, aceito, mobilizado. A empresa não pode motivar ninguém. A pessoa tem que ir auto-motivada e sentindo um porquê de ir para aquilo. Caso contrário não vale de nada, é melhor ficar em casa. O que as empresas não podem fazer é desmotivar as pessoas. E para isso não ocorrer deve é estar junto com as pessoas.


O que pode transformar as pessoas e levar à automotivação?


A automotivação vai junto com duas outras coisas: autoconhecimento e autoconfiança. Automotivação provoca autoconfiança, autoconfiança provoca automotivação e tudo isso lhe leva ao autoconhecimento. Acho que a busca que nunca deve parar é a do autoconhecimento, de cada um por si mesmo. Entender o que quero, onde quero chegar, e saber que você pode mudar de idéia, de caminho. Estou na minha quarta carreira profissional. Os futurólogos dizem que vamos ter de oito a dez carreiras profissionais. O que você precisa entender é que elas podem mudar de interesse, que emprego não vai existir mais, o mundo está mudando muito. O que importa não é currículo é planejamento estratégico, é saber onde quer chegar, fazer um plano de negócios. Não fomos criados para sermos empreendedores, embora o Brasil seja considerado um dos países mais empreendedores. Eu tenho afirmado isso porque estive em uma universidade na Espanha e perguntei em uma classe de 100 alunos quem estava ligado a uma empresa própria ou estava trabalhando no próprio negócio. Ninguém levantou a mão. Aqui no Brasil você vai na universidade e faz a mesma pergunta é impressionante porque 30% levanta a mão. Estamos muito modernos, talvez pela própria realidade e pela própria maneira que é nosso país. Temos que perceber o associativismo. Sonho que se sonha só é apenas um sonho, sonho que se sonha junto é realidade. E as pessoas precisam entender, o futuro da humanidade é o associativismo, o cooperativismo, é a sociedade civil organizada, as pessoas dando o seu melhor.


Qual a relação que a senhora faz de motivação e marketing pessoal?


Acho que é tudo. Marketing pessoal é auto-estima. Na realidade eu não faço para me vender. Nunca aprendi marketing, mas me divirto com isso. É interessante, eu só posso amar o outro quando eu me amo. Eu só posso respeitar o outro e entender o outro quando me entendo. Quanto mais me valorizo, valorizo o outro porque começo a perceber a força que tem o desejo do outro. Meu desejo hoje é ser palestrante, mas quando vejo uma pessoa com outra idéia que quer montar um negócio, ir para lua, eu acho fantástico. As pessoas têm vontade, têm desejo. A coisa que mais me mexe é a convicção das pessoas. Que eu concorde ou não, uma pessoa convicta é muito importante.


Mas a convicção não estaria atrelada ao radicalismo?


Acho que não. O radical seria o lado negativo da convicção. A convicção tem a ver com a minha verdade, com o que eu acredito. Ocorreu uma coisa muito interessante. Fui dar palestra no Japão, fui falar para brasileiros. Daí alguns empresários japoneses queriam assistir a palestra, mas eles só falavam japonês e não tinha tradução simultânea. O contratante falou que se eles quisessem poderiam assistir. Os caras assistiram a palestra, adoraram a palestra sem entender nada. E eu me divirto com isso. Eles (os empresários) poderiam ter ido embora, mas ficaram pela energia que viram. 70% da comunicação não é a palavra. 70% da comunicação é a convicção. Quando você acredita cada célula do seu corpo acredita, você não precisa falar. Veja o que é carisma? Eu não sabia que eu era o que sou. Não era professora, dei aula na universidade porque gostava de falar, mas não tinha noção de que poderia ser o que sou hoje. Eu vivo disso, há 10 anos que eu dou 120 palestras por ano. Nem sei para quantas pessoas eu falei e nem sei quando será a 1000 palestra que eu vou dar. Quero que a número 1.000 seja igual ao milésimo gol de Pelé. Estou fazendo uma carreira internacional. Mas digo isso que falo porque fazer sucesso no Brasil são pessoas que têm o vínculo e a mesma cultura. Agora quando é reconhecida na Espanha, em Portugal eu acho o máximo. Lá os caras nem fecham a boca. É a irreverência que nós brasileiros temos, a capacidade de inovar, fazer e parece que a gente não tem medo.


A convicção leva as pessoas a se convencerem? Qual o peso que tem a convicção para se fazer entender ou convencer o outro?


Quando você está convicta, convicção é cada célula do corpo que está coerente com o desejo, a meta. Quando falo cada célula do corpo, falo todos os níveis emocional, pessoal, espiritual, todos os níveis têm uma coerência. E isso fala mais do que minhas palavras. Isso vai embargar de emoção, traz exemplo, coerência, ligação.


A senhora disse que está na quarta formação. O paradigma é de que se muda de profissão a impressão que fica é de fracasso.


O paradigma não serve para nada. Estou na minha quarta carreira profissional e não me considero que saí de nenhuma fracassada. Saí de todas as carreiras porque não tinha mais sentido. Sou fisioterapeuta por formação. Primeiro trabalhei em uma clínica de terapia intensiva, sou imediatista, numa terapia intensiva é extremada ou o cara morre ou ele vive. E foi minha primeira experiência. Era uma coisa nova na época. Trabalhei quatro anos e depois montei uma clínica de fisioterapia. Aí durante 10 anos fui empresária, foi interessante porque na universidade você não se forma para ser empresária. A vida que leva você a ser empresária, alguns falam sim outros falam não. Eu falei sim e fui ser empresária e aprendi na labuta. Depois fui para os Estados Unidos fazer um curso de Método Holf, que tinha uma seqüência que tinha haver com corpo, equilíbrio, tudo era uma busca do próprio eu. Nunca parei de estudar. Quando voltei dos Estados Unidos e comecei a perceber que para ter cliente tinha que fazer pequenas palestras. E juntava pessoas e ia falar em empresas, condomínios. Foi daí que descobri que era marketeira, porque antes eu não sabia. Eu contava de um jeito e as pessoas viam minha alegria e diziam que queriam ficar igual a mim. Para divulgar o método Holf percebi que era engraçada, falava bem. Acabei tendo um programa de televisão. E acabei começando a fazer palestra e vi que era engraçado e ganhava bem. Começou a fazer sentido tudo para mim.

Um comentário:

  1. Gostaria de poder contactar consigo a um nível mais pessoal, ou seja, expor-lhe todas as tentativas que fiz para me fixar no Brasil, no Rio de Janeiro, onde tenho família próxima, mais especificamente uma filhota, sem sucesso, apesar das habilitações que tenho, à partida, poderem ser um indício de êxito.

    Sou português e tenho 54 anos, provavelmente a idade não abona a meu favor no mercado de trabalho, mas o que é certo é que - penso - sem a rede de contactos adequada é muito difícil, apesar de toda a motivação deste mundo, ter êxito no RJ. As pessoas são muito simpáticas, mas nós estamos sempre sós no mundo, ninguém quer saber dos nossos problemas.

    Se puder contar com a sua ajuda, com a sua inspiração, agradeço-lhe muito. O meu email é riderwaite55@gmail.com

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